13 de novembro de 2006

Aprovação do projecto (in)FORMAR PARA DESENVOLVER

Foi, finalmente, aprovado o projecto (in)FORMAR PARA DESENVOLVER candidato ao PIC Leader + "Terras do Baixo Guadiana".
A implementação deste projecto prende-se, sobretudo, com a (in)formação do quadro de pessoal da COT Mértola, no sentido de potenciar os recursos à sua disposição. Para tal, esta iniciativa tem como base uma interveção em duas vertentes:

- Por um lado na (in)formação sobre novas técnicas de tecelagem, e;
- Por outro, na (in)formação sobre criação e desenvolvimento de novos produtos.

10 de novembro de 2006

O que se escreve sobre a Tecelagem (1)

"A nossa mais recente ida a Mértola - por conta de uma cada vez mais deliciosa Rota dos Aromas, da qual em breve daremos mais notícia - trouxe-nos uma agradável surpresa. Fomos desafiadas a elaborar uma estratégia de dinamização para a Cooperativa Oficina de Tecelagem de Mértola. Esta Cooperativa data dos anos 70, quando Mértola enveredou pelo rumo que ainda hoje a caracteriza. A par dos núcleos museológicos, a tecelagem é o mais carismático projecto destes tempos, uma espécie de jóia da coroa, agora ameaçada. Nesta cooperativa se produzem as tradicionais mantas de lã alentejanas. O material exclusivamente utilizado é lã virgem, preferencialmente proveniente de tosquia manual (já que a tosquia mecânica queima parte da lã devido ao aquecimento da máquina). Esta lã percorre depois um percurso inimaginavelmente moroso até chegar ao tear. Como gentilmente nos explicaram D. Adélia e as duas D. Helena, depois de obtido o velo (a lã tal como sai da ovelha), ele é levado para o rio para ser limpo. É lavado em cestas colocadas dentro de panelões, com água previamente aquecida mas que não pode ferver. Enxaguado em água fria corrente, coloca-se depois ao sol para secar. A lã é então batida com uma vara, para "abrir". Segue-se uma operação manual de limpeza, para retirar todas as impurezas. Para que ganhe "fio" (elasticidade), acrescenta-se uns pingos de azeite antes de se proceder à cardação. Uma vez cardada, a lã está pronta para ir à roda de fiar, onde as mãos experientes da D. Vitorina conseguem obter todo o tipo de fio necessário para os diferentes trabalhos. Feita a meada, num instrumento chamado sarilho, lava-se ainda a lã com sabão azul e branco para lhe retirar o azeite. Só neste momento está pronta para fazer novelos e ir depois para o tear. A operação de tecelagem pareceu-nos tão complexa que nem uma descrição capaz conseguimos dar. O que é certo é que dali saem peças lindíssimas, reproduzindo padrões tradicionais também encontrados na tecelagem do Norte de África. Talvez dê para perceber pela extensão do post o entusiasmo que este projecto nos traz. O risco iminente do desaparecimento desta arte é motivação adicional para nos deitarmos ao trabalho. A ver vamos se os apoios e financiamentos necessários chegam. Pela nossa parte, dificilmente poderíamos ter recebido mais tentadora proposta de trabalho".

Texto publicado in "http://evatrainanet.blogspot.com/2006/10/cooperativa-oficina-de-tecelagem-de.html"

Candidatura do projecto (in)FORMAR PARA DESENVOLVER

A Cooperativa Oficina de Tecelagem de Mértola (COTMértola) apresentou, ao PIC Leader+ - Terras do Baixo Guadiana, o projecto (in)FORMAR PARA DESENVOLVER, que visa a continuação da aposta, por parte desta entidade, na formação contínua dos seus quadros.
Através da execução do projecto, espera-se tornar a COTMértola uma entidade ainda mais competitiva, no contexto regional e nacional, na área da criação e desenvolvimento de novos produtos, tendo em vista o fim último de contribuir para a preservação, valorização e promoção das actividades tradicionais.

Mudança de instalações

A Cooperativa Oficina de Tecelagem de Mértola vai mudar-se (temporariamente) para a Rua da Igreja. A inauguração deste espaço vai decorrer no próximo dia 21 de Novembro pelas 17:30 H.

Esta mudança prende-se com a falta de condições existentes na actual sede.

9 de novembro de 2006

projecto COMUNICAÇÃO E IMAGEM 2005

A Cooperativa Oficina de Tecelagem de Mértola (COT Mértola) está a desenvolver o projecto COMUNICAÇÃO E IMAGEM 2005, no âmbito do PIC Leader + "Terras do Baixo Guadiana".

Esta iniciativa
visa integrar a COT Mértola nos circuitos de promoção, divulgação e marketing de produtos tradicionais, como forma de assegurar a competitividade desta actividade, em nichos de mercado bastante exigentes nos padrões relacionados com a qualidade, apresentação e divulgação.

O projecto apresentado baseia-se, sobretudo, na "renovação" da imagem da COT Mértola através da concepção e edição de materiais apelativos e cativantes, como sejam brochuras de promoção e divulgação, materiais de acondicionamento de produtos (sacos) que tenham em conta não só as exigências de prestação de um serviço de qualidade, a concepção e edição de sinalética e painéis explicativos integrados no Museu da Tecelagem (onde a COT Mértola se encontra sedeada).

Através da execução deste conjunto de iniciativas, espera-se tornar a COT Mértola uma entidade ainda mais representativa, no contexto regional e nacional, na área da preservação, valorização e promoção das actividades tradicionais:

· Aumento da Competitividade e inserção de produtos produzidos pela COT no mercado dos produtos tradicionais e nos serviços de Turismo e Lazer.

· Requalificação do espaço museológico onde se encontra baseada a COT e da estratégia de marketing e divulgação;

· Aumento do numero de visitantes do espaço museológico da COT e do respectivo volume de vendas anual;

Por outro lado, pretende-se ainda dar um novo impulso a esta entidade no apoio que presta aos seus representados.

A Cooperativa Oficina de Tecelagem de Mértola


No início da década de 80, foi efectuado um estudo sobre a Tecelagem tradicional no concelho de Mértola. Este trabalho foi editado com o título "Mantas Tradicionais do Baixo Alentejo", uma edição do Campo Arqueológico de Mértola datada de 1984.
O resultado deste trabalho demonstrou a importância desta actividade já secular nesta região, gestos ancestrais, transmitidos de geração em geração, que fazem reviver antigos saberes. Apesar disso, era notória a decadência que a arte de tecer apresentava, aquando da elaboração do estudo, estando moribunda e enfrentando a extinção.

Assim, detectados os problemas e tendo em conta a importância cultural desta actividade, foram implementadas medidas para a sua recuperação. Surgem, então, em 1984 e 85 os dois primeiros cursos de tecelagem, promovidos pela ADPM, tendo sido criada a Escola Oficina de Tecelagem de Mértola.

Após o sucesso obtido com estas acções de formação, em 1986, a Escola Oficina de Mértola transforma-se em Cooperativa Oficina de Tecelagem de Mértola (COT Mértola), uma entidade sem fins lucrativos, procurando acima de tudo lutar para que a tecelagem tradicional não se extinguisse no concelho de Mértola.

Desde a sua criação, a COT Mértola, baseia a sua estratégia de intervenção na rede informal de artesãos que estão, de uma forma ou de outra, interligados com as tarefas de tecelagem, ou sejam: os cardadores, as fiadeiras e as tecedeiras, bem como os pastores e os tosquiadores de modo a garantir a qualidade das matérias-primas e a manutenção da ovelha preta que continua em risco de desaparecer na nossa região.

A sua sede foi deslocalizada para a sede de concelho, por razões óbvias, que se prendem, sobretudo, com o número de visitantes que aí ocorrem anualmente, ao contrário das áreas de maior proveniência dos cooperantes (mais de 80% habitam nas freguesias de S. Miguel do Pinheiro e S. Pedro de Sólis). Esta deslocalização, permitiu ainda que à COT Mértola pudesse apoiar ainda as restantes actividades tradicionais, ao criar na sua sede um espaço de promoção dessas mesmas actividades. Este espaço, alberga vários tipos de artesanato, como cadeiras em buínho, cestos, produtos apícolas, entre outros e permite aos artesãos expor e comercializar os seus produtos, tornando-se assim num espaço complementar de vendas para estes mesmos artesãos.

A localização da COT Mértola, na vila de Mértola, prende-se, assim, com o facto desta se constituir como sede de concelho e assim um local estratégico de afluência turística, mas também pelo facto da concentração das cooperantes neste local, potenciar economias de escala e aglomeração, visto ser aqui que se concentra a maior diversidade de serviços e um quadro relacional institucional mais amplo, à escala do concelho.

Esta estrutura passou pela implementação de uma rede de artesãos (incluindo cardadores e fiadeiras) por todo o concelho, no qual os materiais utilizados no processo de produção da Cooperativa são produzidos neste circuito interno, ocorrendo a tecelagem na Oficina situada em Mértola que inclui o circuito turístico desta Vila Museu.

Os seus principais produtos, continuam a possuir como matérias-primas primordiais a lã, o linho e o algodão. São a qualidades destas matérias-primas, bem como os processos de fabricação utilizados os seus principais factores de sucesso. São eles que tornam os seus produtos autênticos e diferentes dos que se acumulam no mercado.

A qualidade dos diversos produtos manufacturados na COTM é, na sua generalidade muito boa, no entanto, para o tipo de consumidores que têm vindo a manifestar o interesse por estes produtos, quer no espaço museológico onde a Cooperativa, quer em feiras, mercados e festivais, nacionais e/ou internacionais apresentam alguns problemas distintos, sobretudo ao nível da regularidade de escoamento elevado custo unitário e diversidade de produtos.

Contudo, seguindo uma linha de trabalho continuado, com cerca de 20 anos, a COT Mértola tem procurado, desde sempre, promover as artes e ofícios tradicionais, sobretudo, da zona sul do concelho de Mértola, nomeadamente: a tecelagem, a cardação e a fiação (suas principais actividades), a apicultura, a cestaria, a fabricação de cadeiras, a tapeçaria, entre outras.